quinta-feira, 30 de junho de 2016

05:30:00 0

Dinheiro em caixa dos Correios some e empresa recorre aos grandes bancos


ECT pede R$ 6 bilhões ao Tesouro Nacional e R$ 750 milhões ao Banco do Brasil para honrar com compromissos

O estudo da H&J Consultores Independentes, realizado em parceria com a FENTECT e apresentado pelo consultor Hálisson Tenório – repercutido no âmbito da empresa e da mídia -, já informava: “a ECT, em 2012, contava com a reserva técnica de R$ 6 bilhões. Três anos depois, porém, foi descoberto um número inferior, de apenas R$ 1 bilhão.” Para piorar a situação, de acordo com Hálisson, os dados não constam no balanço da empresa. Por isso, ele afirma que, para a categoria, é clara a manobra contábil para indicar que os Correios também estão em crise.

Agora, com o argumento do déficit, a empresa recorre aos grandes bancos e a empréstimos. O novo presidente da ECT, Guilherme Campos, vai ao Tesouro Nacional buscar justamente esse valor da reserva de quatro anos atrás, os R$ 6 bilhões, para injetar nos Correios. Segundo ele – ao Estadão – “o valor foi calculado com base no montante que a companhia repassou à sua controladora, a União, nos últimos anos, além do mínimo exigido.” O representante da empresa confirma que o dinheiro retirado, independente de quem o fez, foi “além da capacidade de sobrevivência da empresa.”

Quanto aos salários dos cerca de 120 mil empregados, nos últimos meses ameaçados de não serem pagos, a empresa deve recorrer a empréstimo no segundo semestre para “honrar os compromissos”, bem como com encomendas de fornecedores. O Banco do Brasil será o alvo do pedido de R$ 750 milhões, já aprovado pela diretoria executiva e pelo conselho de administração da ECT. Porém, o financiamento precisa da autorização do Ministério das Comunicações e Planejamento. Guilherme Campos destacou à imprensa que “está no meio de um incêndio”.

De acordo com o jornal Valor Econômico, essa alternativa é vista como uma das únicas possíveis para evitar o esvaziamento absoluto do caixa. Além disso, o empréstimo será pago em cinco anos – já a operação deverá ter 12 meses de carência. “Durante esse período, os Correios vão desembolsar apenas as despesas com juros. O pagamento do saldo começa no 13º mês. A operação será garantida por recebíveis da estatal, que já usa uma conta no BB para receber pelos serviços postais prestados a cerca de 100 mil clientes em todo o país”, ressalta a matéria.


terça-feira, 21 de junho de 2016

22:06:00 0

Estudo sobre o Déficit, Provisionamento e o Processo de Reestruturação na ECT ganha espaço na mídia

Para informar a população, a federação e os sindicatos contam com o auxílio da imprensa na divulgação da real situação da ECT

O estudo apresentado pela H&J Consultores Independentes, que justifica as controvérsias sobre a real situação econômica da ECT, parece surtir efeito nas últimas semanas. De acordo com informações da Folha PE, as tarifas postais serão elevadas em 10,7% para serviços nacionais e internacionais, como resultado de reajustes para minimizar os efeitos negativos das contas da empresa. E o erro dos Correios, como indica a consultoria, está nos gastos exorbitantes com patrocínios – entre R$ 1 milhão a R$ 300 milhões – para projetos e contratações diretas de empresas, sem licitação, para consultorias, entre outros.

Em entrevista, Hálisson Tenório, que é parte da diretoria da FENTECT e consultor, “a empresa que alega estar deficitária não tem necessidade gastar com tudo isso.” O estudo, agora também anunciado na mídia, destaca a crença de que a ECT contava com a reserva técnica de R$ 6 bilhões, em 2012, quando, três anos depois, foi descoberto um número bem inferior, de R$ 1 bilhão. “Isso não cosnta no balanço e, por isso, acreditamos se tratar de manobra contábil para dizer que a empresa está mal das pernas”, disse ao veículo.

O prejuízo anunciado pela ECT indica um déficit de R$ 2,1 bilhões no ano passado e prejuízos de até R$ 700 milhões, ainda conforme a Folha PE. Sindicatos e a federação não têm dúvidas de que os problemas da má gestão e de receita da empresa estão sucateando a estatal, agravados pela falta de concursos públicos - a quantidade de trabalhadores é defasada na empresa e não supre as expectativas da categoria e da população.

A consultoria, em parceria com a FENTECT, realizou o estudo com base nas atas do Conselho Fiscal, Conselho Administrativo, da diretoria executiva e da assembleia geral dos acionistas. Fica o questionamento, no entanto, dos trabalhadores sobre os argumentos da empresa. Para a categoria, tratam-se de estratégias para privatizar ou abrir o capital dos Correios, para venda de ações, conforme anunciado pelo governo interino de Michel Temer.


Fonte: Folha PE

terça-feira, 14 de junho de 2016

Deputados apoiam os trabalhadores dos Correios, em audiência na Câmara


Novo presidente da ECT e o ministro das Comunicações não compareceram ao debate desta terça-feira (14). De acordo com decisão na comissão, ainda poderão ser convocados, até a próxima semana.

A discussão há um ano atrás era sobre investimentos e melhorias na ECT. De repente, a mesma abre espaços para partidos e diz que não haverá salário no mês de setembro. Em contrapartida, a demanda de serviços cresce, mas a qualidade é precarizada, não por culpa dos trabalhadores”, relembrou o secretário-geral da FENTECT, José Rivaldo, durante a audiência pública na Câmara dos Deputados. Na Comissão de Integração Nacional, Desenvolvimento Regional e da Amazônia, da casa, parlamentares e representantes dos ecetistas se reuniram para debater a reestruturação da ECT.

Porém, entre os participantes, faltaram as peças-chaves para a discussão do tema, o novo presidente dos Correios, Guilherme Campos Júnior, e o ministro da Ciência, Tecnologia, Inovação e Comunicação, Gilberto Kassab. O que, de acordo com a deputada federal, professora Marcivânia (PCdoB-AP), “trata-se de uma falta de respeito com os trabalhadores”. Ela ainda destacou que não é a reestruturação da ECT que vai equilibrar as contas da empresa, além disso, falta a real comprovação de que esse processo trará soluções para os Correios.

Do alto de seus ternos e gravatas bem engomadas, do lado da empresa, os representantes enfatizavam a necessidade da adequação dos Correios à realidade mundial de privatização. Enquanto isso, mais uma vez, o estudo da H&J Consultores Independentes, realizado em parceria com a FENTECT – representada por Hálisson Tenório – atesta que, entre 2014 e 2015, houve redução de pessoal, porém, com aumento de mais de 10% da riqueza geral da ECT. “Na nossa ótica, o deficit não existe”, enfatizou o consultor.

O debate, solicitado devido às condições de fechamento da diretoria regional do Amapá – que passa, então, a ficar a cargo da gestão da DR do Pará -, tomou, ainda, outros rumos e rememorou as demais lutas da categoria ecetista, como a falta de segurança nas agências e de qualidade de vida para os próprios trabalhadores. “Aproveita-se do governo interino para justificar a privatização dos Correios. Enquanto isso, temos ação do Ministério Público validando novos concursos, que a empresa insiste em não promover, mas continua focada na mão de obra terceirizada. Também, a não implantação da entrega pela manhã, péssimas condições de trabalho, com funcionários indo a óbito, inclusive, entre outras demandas urgentes”, esclareceu o secretário-geral da federação.

“É na ponta que o cidadão fica em casa esperando o carteiro chegar. No plano de reestruturação para ser aplicado em 2015, já se falava em eliminar endereços e reduzir a burocracia, liberando as regionais. Vai liberar para ser cabide de emprego de qualquer partido. Há duas áreas que alegam mais rentáveis, encomendas e logística, no entanto, serão as primeiras a serem privatizadas”, afirmou o deputado Raimundo Angelim (PT-AC). O parlamentar ainda ressaltou que “não justifica atravessar a atual situação e patrocinar as Olimpíadas”.

Deliberações

Ficou acordado que até amanhã, quarta-feira (15), será feito o convite aos ausentes da audiência, como o presidente dos Correios e o ministro das Comunicações, para que compareçam e ouçam os trabalhadores. Caso não haja sinalização de um possível encontro, será providenciado um requerimento com a convocação de ambos, até a próxima quarta-feira (22).

Para fechar a audiência, a deputada federal Janete Capiberibe (PSB-AP) elencou os questionamentos que deverão ser enviados à empresa, para breves respostas. “Sobre a manutenção da estatal superavitária, bem como dos patrocínios; centralização do poder em Brasília; condições de trabalho ruins e perigosas; como manter os Correios 100% público, estatal, eficiente, lucrativo e garantidor de direitos; como impedir o risco da privatização; gasto com pessoal, em 2015, de 75%; como resolver a questão das agências que serão fechadas, entre outras, precisamos que sejam levadas à ECT”, reforçou.

A deputada disse que a principal preocupação, no momento, é com a abertura de capital e sugeriu que a Câmara possa participar na mediação do processo, com os técnicos da casa, para sugerir alternativas e soluções para os Correios.

De acordo com o deputado federal Arnaldo Jardim (PPS-SP), “uma empresa que não consegue reabrir uma agência no interior do Pará, explodida por assaltantes, nos envergonhar, mas orgulhar. Recursos estratégicos não rimam com lucro”.não tem recursos para o Rock in Rio, por exemplo. Não será inviabilizada se deixar de patrocinar”. Já o deputado Edmilson Rodrigues (PSOL-PA) alertou que “estatais não devem

“Este ano, vamos garantir o debate com parlamentares interessados. Não vamos aceitar a retirada de benefícios e direitos dos trabalhadores. É preciso discutir a cadeia produtiva com o movimento sindical. Em menos de um ano estamos com o terceiro presidente na ECT, e cada um com sua filosofia, mas é preciso lutar para manter os Correios como agente social, com monopólio postal no Brasil”, finalizou o secretário-geral da FENTECT, José Rivaldo.

Fonte: Fentect

Vejam a nossa apresentação aos Deputados.